Quadrilhas de Duelo: Tradição e inovação manauara no Festival Folclórico do Amazonas
A arena Centro Cultural dos Povos da Amazônia, onde está sendo realizado o 66º Festival Folclórico do Amazonas – Categoria Ouro foi palco de um espetáculo vibrante e inovador: a apresentação das quadrilhas de duelo. A modalidade combina elementos teatrais e coreográficos inspirados em filmes de faroeste e temas históricos, além de possuir suas raízes […]
A arena Centro Cultural dos Povos da Amazônia, onde está sendo realizado o 66º Festival Folclórico do Amazonas – Categoria Ouro foi palco de um espetáculo vibrante e inovador: a apresentação das quadrilhas de duelo. A modalidade combina elementos teatrais e coreográficos inspirados em filmes de faroeste e temas históricos, além de possuir suas raízes na cultura manauara.
A história das quadrilhas de duelo remonta a muitos anos atrás, com a formação do grupo Pistoleiros na Roça, quadrilha que decidiu inovar ao substituir o tradicional casamento matuto por um teatro de bang bang, inspirado nos filmes de faroeste. Assim, nasceu a categoria de duelo, com o passar do tempo a modalidade evoluiu, dando origem a diferentes estilos dentro da modalidade duelo, como as quadrilhas mexicanas e fora da lei.
Em 2001, a quadrilha Pistocando da Redenção trouxe uma nova inovação ao incorporar espadas nas apresentações, criando duelos com armas brancas. Essa mudança inicialmente enfrentou resistência, mas acabou por consolidar a categoria de duelo como uma das mais envolventes e criativas do festival.
Ricardo Braga, presidente e coreógrafo da Quadrilha Duelo em Busca da Paz, compartilhou um pouco da trajetória de seu grupo, que comemora 15 anos de existência em 2024. “Somos a quadrilha de duelo mais campeã da categoria, e para nós, é uma grande satisfação”, afirmou Ricardo. Ele ressaltou que a Quadrilha Duelo em Busca da Paz se destaca por criar duelos autorais, com roteiros e vozes dos próprios brincantes.
Este ano, a apresentação homenageou a força das mulheres, especialmente das mães, situando o espetáculo em uma ficção que se passa na época dos piratas, destacando a figura de uma mulher como capitã do navio Pérola Negra.
Keify Mota, presidente da quadrilha Mosqueteiros na Roça, explicou que o grupo é uma continuação do Pistocando da Redenção, mantendo a tradição dos duelos com espadas, mas agora inspirados nos mosqueteiros franceses dos séculos XVII e XVIII. “Nosso tema deste ano é a Revolução Francesa, desde a queda da Bastilha até a ascensão de Napoleão Bonaparte”, ressaltou Keify. A apresentação foi uma verdadeira viagem histórica, mostrando as revoluções e a insatisfação do povo da época.
A Quadrilha de Duelo ‘Os Intocáveis na Roça’, da zona Norte de Manaus, trouxe para a arena um tema inspirado na cultura mexicana: “La Catrina”. A apresentação explorou a figura tradicional mexicana, inserida na categoria de duelo, e proporcionou ao público um espetáculo que mesclou história e tradição com a vivacidade característica das quadrilhas de duelo.
As apresentações das quadrilhas de duelo no 66º Festival Folclórico do Amazonas não só encantam o público, mas também mostram a riqueza e a diversidade cultural de Manaus. Cada grupo, com sua história e inovação, contribui para a preservação e evolução dessa modalidade única, que continua a se reinventar e a emocionar plateias ano após ano.
FOTOS: Mauro Neto / Secom
Deixe um comentário