
Manaus celebrou ancestralidade e diversidade com espetáculos de dança e teatro no fim de semana
O fim de semana de 15 e 16 de março em Manaus foi marcado por uma agenda cultural intensa, promovida pelo Governo do Amazonas através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Com espetáculos de dança contemporânea, celebração da cultura negra e uma ousada montagem teatral com drag queens, a cidade mergulhou em […]
O fim de semana de 15 e 16 de março em Manaus foi marcado por uma agenda cultural intensa, promovida pelo Governo do Amazonas através da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa. Com espetáculos de dança contemporânea, celebração da cultura negra e uma ousada montagem teatral com drag queens, a cidade mergulhou em temas como ancestralidade, resistência e memória.
“Ninho”: dança contemporânea e ritual feminino
No sábado (15/03), o Teatro da Instalação recebeu “Ninho”, performance da artista Liu Moreira. Em 40 minutos de dança, a obra explorou a ancestralidade feminina, mesclando matrizes indígenas e africanas. O público foi convidado a refletir sobre o corpo da mulher como “casa” — espaço de abrigo, prisão ou sonho. A narrativa, estruturada como um ritual de passagem, deu vida à figura de uma mulher-pássaro, inspirada nas tradições tocantinenses. Com classificação livre e entrada gratuita, o espetáculo emocionou pela fusão entre movimento e simbologia.
“Brinco de Ouro”: funk, passinho e resistência periférica
No mesmo dia, o Teatro Amazonas foi palco de “Brinco de Ouro”, montagem do coletivo Lá da Favelinha. Sob direção de Léo Garcia, a obra celebrou a resistência negra através de danças urbanas, como funk e passinho, em diálogo com o conceito de tempo espiralar da pesquisadora Leda Martins. A trilha sonora pulsante e coreografias vigorosas revisitavam memórias ancestrais dos becos e vielas, transformando a arte em instrumento de emancipação. Gratuito e com classificação 16 anos, o espetáculo destacou a potência cultural das periferias.
“Sebastião”: drag queens reescrevem o santo LGBTQIAPN+
No domingo (16/03), o Teatro Amazonas recebeu a estreia manauara de “Sebastião”, produção do Ateliê 23 inspirada no livro “Um Bar Chamado Patrícia”, de Bosco Fonseca. Sete drag queens ocuparam o palco para revisitar a década de 70, reinterpretando a história de São Sebastião como patrono da comunidade LGBTQIAPN+. Entre canções e dramas, o espetáculo misturou humor, crítica social e reivindicação do direito à existência plena. Com ingressos entre R40eR 80, a montagem — já aclamada em festivais nacionais — ofereceu gratuidade para PcDs e meia-entrada para estudantes e idosos, conforme lei estadual.
Cultura como eixo de transformação
A programação reforçou o papel da Secretaria de Cultura em fomentar linguagens artísticas diversas. Enquanto “Ninho” e “Brinco de Ouro” privilegiaram o acesso gratuito, “Sebastião” apostou na força do teatro como espaço de representatividade. “Essas obras não apenas entretêm, mas desafiam narrativas hegemônicas e amplificam vozes marginalizadas”, destacou um representante da pasta.
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