
Curral do Garantido exaltou resistência indígena com espetáculo emocionante no Sambódromo
O segundo Curral do Boi Garantido, realizado no Dia dos Povos Indígenas (19/04), celebrou a força e a resistência dos povos originários da Amazônia com um grande espetáculo no Sambódromo de Manaus. O evento reuniu centenas de apaixonados pelo boi vermelho e branco no Centro de Convenções Professor Gilberto Mestrinho. Com o tema “A Noite […]
O segundo Curral do Boi Garantido, realizado no Dia dos Povos Indígenas (19/04), celebrou a força e a resistência dos povos originários da Amazônia com um grande espetáculo no Sambódromo de Manaus. O evento reuniu centenas de apaixonados pelo boi vermelho e branco no Centro de Convenções Professor Gilberto Mestrinho.
Com o tema “A Noite dos Povos Indígenas – A Resposta Somos Nós”, o Ensaio dos Bumbás foi promovido pelo Movimento Amigos do Garantido (MAG), em parceria com o Governo do Amazonas e a Secretaria de Cultura e Economia Criativa. A celebração destacou a valorização da cultura indígena por meio da música, dança e rituais tradicionais.
Tradição, emoção e resistência marcaram o Curral do Garantido
Durante o evento, foi reforçado o apoio ao Projeto de Lei de Iniciativa Popular (PLIP) Amazônia de Pé, que busca coletar 1,5 milhão de assinaturas para ser levado ao Congresso Nacional. O objetivo da campanha é combater as queimadas, a grilagem e o desmatamento na floresta amazônica.
Na segunda parte do espetáculo, o levantador de toadas Israel Paulain emocionou o público com a toada “Eldorado” (1997), mesmo sob forte chuva. A canção “Garantido é Pressão” contagiou a galera, que respondeu com entusiasmo e amor ao boi da Baixa do São José.
Israel também fez questão de lembrar a importância da data. “A gente precisa entender que esse dado não é só para comemorar, é para refletir. É um sentimento de respeito. Nós entendemos a história da nossa Amazônia, do nosso Brasil, e os povos originários fazem parte disso. O Boi Garantido canta a nossa Amazônia há muitos anos”, declarou o artista.
O trio formado por Carlos Batata, PA Chaves e Leonardo Castelo deu início à apresentação relembrando toadas clássicas e também músicas inéditas de 2025 que já haviam conquistado o público. A participação especial do cantor Wesley Nery foi um dos pontos altos do início da noite.
Em seguida, David Assayag subiu ao palco com a toada “Xamã Bahsese” e convocou o pajé Adriano Paketá, que fez uma performance intensa debaixo da chuva, antecipando o que será apresentado na arena do Festival de Parintins, nos dias 27, 28 e 29 de junho.
“O espetáculo foi incrível, cheio de rituais, lendas e homenagens aos nossos irmãos indígenas”, comentou Assayag, emocionado.
Momento marcante com participação indígena e emoção
O ponto alto da noite foi a aparição do boi de pano na arquibancada, ao som de “Décima Oitava Evolução”. O boi percorreu o espaço e “se teletransportou” para o palco, mantendo o clima de magia e tradição até o final.
Outro momento inesquecível foi a apresentação da pequena Ianayra, indígena da etnia Sateré-Mawé, que emocionou o público ao cantar “Olhar de Curumim”. A jovem cunhantã declamou um verdadeiro manifesto de resistência, denunciando os impactos da colonização e celebrando a ancestralidade de seu povo.
“Foi uma experiência única. A gente tem que aproveitar tudo, porque não sabe o dia de amanhã. Estou muito feliz por cantar”, afirmou Ianayra.
O Curral do Garantido ainda contou com apresentações vibrantes de Márcia Siqueira, Luciano Araújo, Alciro Neto e Julieta Câmara, encerrando a noite com brilho e potência.
Deixe um comentário