
“Ancestrais”: espetáculo de dança de Cléia Alves estreia em Manaus e no interior.
O espetáculo de dança em Manaus “Ancestrais”, é uma criação da multiartista, professora e produtora cultural Cléia Alves. A estreia do espetáculo acontece em abril com apresentações gratuitas em comunidades quilombolas e centros culturais do Amazonas. A primeira exibição será no dia 27 de abril, às 10h, durante os festejos em homenagem a São Benedito, […]
O espetáculo de dança em Manaus “Ancestrais”, é uma criação da multiartista, professora e produtora cultural Cléia Alves.
A estreia do espetáculo acontece em abril com apresentações gratuitas em comunidades quilombolas e centros culturais do Amazonas. A primeira exibição será no dia 27 de abril, às 10h, durante os festejos em homenagem a São Benedito, no Pagode do Quilombo do Barranco de São Benedito, no bairro Praça 14.
Contemplado pelo Edital Macro de Chamamento Público nº 002/2024 da Política Nacional Aldir Blanc (PNAB), o projeto tem apoio do Ministério da Cultura e do Governo do Estado do Amazonas, via Secretaria de Cultura e Economia Criativa.
“Ancestrais” é resistência em movimento
“Ancestrais” é uma obra que nasce da necessidade de debater temas como identidade, ancestralidade e pertencimento. Segundo Cléia Alves, a criação do espetáculo parte da urgência de reagir ao avanço da intolerância religiosa, do racismo e da marginalização cultural no Brasil. “Falar sobre identidade, ancestralidade e pertencimento é um ato político no Amazonas. A minha arte é um grito de resistência”, afirma a artista.
Com forte influência da cultura afro-brasileira, o espetáculo mistura danças tradicionais como capoeira, samba, maracatu e dança dos orixás, além de elementos como poesia, percussão e cantos afro-religiosos, criando uma imersão nas memórias e vivências de povos negros e originários.
Cléia Alves: ativismo e arte na cena amazônica
A trajetória de Cléia Alves é marcada pelo ativismo cultural e pela defesa das manifestações afro-amazônicas. Sua atuação inclui grupos de maracatu, samba de roda, hip hop e participação em movimentos sociais femininos como o Fórum Permanente de Mulheres de Manaus e o Fórum das Mulheres Afro-ameríndias e Caribenhas.

Cléia Alves em “Ancestrais”. Divulgação.
A equipe do espetáculo também reflete essa diversidade. A produtora e assistente de coreografia Thyene Viana afirma: “É uma experiência magnífica estar ao lado de uma mulher afro-ameríndia com 40 anos de trajetória. Como assistente de coreografia, busco sempre entender seus objetivos, fazer anotações e contribuir para o aperfeiçoamento da obra”.
O mestre de capoeira KK Bonates define a obra como “uma singela beleza da uni multiplicidade do ser humano”. Já a bailarina e professora Francis Baiardi, responsável pelas rodas de conversa após as apresentações, complementa: “Cléia apresenta suas memórias afetivas com uma verdade que emociona e nos faz refletir sobre uma escuta sensível do planeta e de seus ancestrais.”
Temporada do espetáculo de dança “Ancestrais”
Com apresentações gratuitas em Manaus e no interior do Amazonas, “Ancestrais” passará por espaços culturais e comunidades tradicionais. Confira o calendário:
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27/04 – 10h: Quilombo do Barranco de São Benedito, bairro Praça 14 – Manaus
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11/05 – 10h: Comunidade Quilombola Sagrado Coração de Jesus Lago de Serpa – Itacoatiara
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14/05 – 9h: Escola Estadual Cacilda Braule Pinto – Manaus
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20/05 – 16h: ESAT – Universidade Estadual do Amazonas, bairro Praça 14 – Manaus
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29 e 30/05 – 19h: Teatro da Instalação – Manaus (com ingressos gratuitos e roda de conversa)
O projeto conta com o apoio da Associação de Crioulas do Quilombo do Barranco de São Benedito, Comunidade Quilombola de Itacoatiara, ESAT/UEA e da Escola Cacilda Braule Pinto.
Mais do que um espetáculo de dança contemporânea, “Ancestrais” é um manifesto de resistência cultural, que valoriza as raízes afro-indígenas da Amazônia e reafirma o papel da arte como ferramenta de transformação social e coletiva.
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