Projeto multiartístico “Hacker Urbano” realiza ocupação híbrida com obras de 12 artistas locais
Iniciado no primeiro semestre de 2021, o projeto “Hacker Urbano” realiza a proposta de ocupação com diversidade artística adaptada às limitações da pandemia. De autoria da arte educadora licenciada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Geovana Balbi, 25 anos, reúne trabalhos de 12 artistas locais da pintura, lambes, fotografia, desenho, vídeoarte e grafite, numa espécie […]
Iniciado no primeiro semestre de 2021, o projeto “Hacker Urbano” realiza a proposta de ocupação com diversidade artística adaptada às limitações da pandemia. De autoria da arte educadora licenciada pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM), Geovana Balbi, 25 anos, reúne trabalhos de 12 artistas locais da pintura, lambes, fotografia, desenho, vídeoarte e grafite, numa espécie de galeria virtual através de plataforma digital que proporciona espaço para compartilhar cada trabalho e gerar além de acessibilidade para a população, cumpre as regras da pandemia da Covid-19 e ainda aumenta a possibilidade de visibilidade dos envolvidos.
Além disso, a ocupação nas ruas também se faz presente através das intervenções com lambes, grafites e projeções, deixando marca pelas ruas da cidade sem perder o propósito do projeto e desrespeitar as restrições, como afirma Geovana Balbi.
“Pensando no momento de enfrentamento à pandemia, nossas atividades foram voltadas para um público transeunte pois a ”exposição” acontece na rua e se completa num espaço virtual de galeria”.
Artistas locais e a retratação de vivências em áreas periféricas
Ao todo 12 artistas compõe o team, formado especialmente por artistas de áreas periféricas, entre eles: Letícia Mayá, Rafael Rodrigues, John Loupo, Groespor, Kerolayne Kemblin, Lú Saturno, Alonso Junior, Robert Coelho, Junio Gonçalves e a autora do projeto que também é artista, Geovana Balbi. Visando as origens e propósitos do grupo que possui livre expressão dentro do projeto, muitas ações iniciam em áreas centrais mas sempre são levadas para os bairros onde os participantes possuem vínculos ou moradia, exaltando o propósito de explanar a vivência de cada membro com a cidade e sua visão sobre ela. O designer e integrante do projeto, Rafael Rodrigues, 30 anos, ressalta que a principal provocação de participar de um projeto como este é perceber as mudanças e permanências do local que já conhece.
‘’Dentro do projeto Hacker Urbano desenvolvi muitas provocações que tinha em relação ao processo artístico e o meio social no qual cresci e me criei. O interessante desta desconstrução é que além de revisitar cenários que estavam estabelecidos em um tempo distante das lembranças de infância percebo que já não conheço mais nada”.
Já a artista visual Rayna Coelho de Lima, de 20 anos, conhecida como “Volupi”, conta em seu processo o quanto as vivências são importantes para o desenvolvimento de suas obras e como as possibilidades do projeto trazem memórias além de inspiração.
“A arte tem sido, acima de tudo, um processo de volta às raízes, de tomar a cidade de novo pra gente. A vontade de mostrar histórias e cenas que ninguém conhece me moveu a criar, ilustrar, divulgar”.
Ocupação digital e intervenções presenciais
Na plataforma online do Hacker Urbano (www.hackerurbanoprojeto.com), as atualizações ocorrem conforme ações desenvolvidas dentro do cronograma do projeto ou materiais novos disponibilizados pelos artistas. Já nas ruas, quatro ações foram realizadas durante o ano de 2021: um mural de grafite no Zumbi dos Palmares I, um mural em técnica mista de fotografia, fotomontagem, lambe-lambe e grafite no bairro Japiim (Comunidade Manaus 2000), intervenção de lambe-lambe em pintura e arte digital no Centro e projeção de videoarte, obras e vídeos de processo no bairro São José Operário I.
A quinta e última ação ocorre até o dia 14 de Dezembro com colagem de cartazes (lambe-lambe) e artes outdoor em diversos pontos da cidade, como Grande Vitória e Coroado, mas a possibilidade de interação é permanente por meio da disponibilização de QR Code para acesso da galeria virtual, além da ambientação ao ar livre com espaços de interesse público para realização de fotos e vídeos.
Continuidade na descentralização e disseminação artística
O projeto Hacker Urbano é realizado por meio da contemplação no Edital Prêmio Feliciano Lana, da Lei Aldir Blanc 2020, e além da galeria virtual, segue sendo atualizado por meio das redes oficiais do projeto: @hackerurbano e Hacker Urbano no YouTube.
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